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quarta-feira, 10 de março de 2010

ENTREVISTA CEZAR GORDO NO BLOG SKATE SAÚDE

Veja abaixo a entrevista de Cezar Gordo concedida ao Blog skate saúde:

Segundo o dicionário Aurélio, a palavra profissional significa “quem faz alguma coisa por ofício”, no caso do entrevistado do mês talvez este significado não tenha valor nenhum. Skatista profissional e profissional do skate, não chegou a onde está somente por ofício, mas sim por amor. Amor, respeito e seriedade ao skate o fizeram uma das referencias do skate brasileiro e sua humildade e carisma o tornaram ídolo de toda uma geração de skatistas. Local de Porto Alegre, mas conhecedor de boa parte do mundo, este é Cezar “Gordo” entrevistado do Skate Saúde no mês de aniversário de um ano da clínica, engrandecendo ainda mais esta data.

Nome: Cezar Simonetto Dal Pozzolo
Idade: 27 anos
Tempo de skate: 19 anos por ai ....
Local: Porto Alegre
Patrocínio: Nike Sb, Ogio, Future, Matriz Skateshop.

SS- Para começarmos, de onde vem o apelido Gordo?
Quando eu era bem criança eu era gordinho então desde lá ficou o apelido, quando comecei a andar já não era mais Gordo, mas ficou.

SS- Como foi o seu início no skate, as primeiras amizades, os primeiros picos e também os ídolos e as referencias da época?
No inicio eu andava com os amigos da minha rua, meu irmão, e depois fui conhecendo outros skatistas de outros lugares.
Sinceramente não tinha muito em quem me espelhar, a não ser os que andavam melhor na época, que eram Pedro Bó entre outros. Os primeiros picos foram a rua na frente de uma galeria onde tinha uma loja de skate e essa loja promovia eventos todo os finais de semana, depois comecei a ir para Praça da Matriz que ficava no centro da cidade, ali e no centrão andávamos todos os dias da semana quase.

SS- No sul do país temos muitos skatistas andando na rua com muita técnica e filmando muita coisa legal, porque o skate da região sul sempre revela grandes talentos da rua?
Acho que no Brasil inteiro tem gente andando muito, no sul não é diferente, mas pode ter certeza que o IAPI tem influência certa no skate dessa molecada nova.

SS- Fale sobre a Matriz Skate Shop, como ela surgiu, quem faz parte da equipe atualmente e quais os planos para o futuro?
A Matriz Skateshop surgiu da necessidade de ter uma loja que realmente soubesse o que estava vendendo, de ter um atendimento de skatista para skatista, fazendo com que o skatista se sinta bem na loja, possa se atualizar, ver vídeos, trocar informações, e principalmente ser respeitado. Tem loja por aí que se diz Surf Skate, que nem colocar lixa no shape coloca, não quer que o skatista entre na loja, quer vender a moda e ficar sempre esperando o BOOM do skate para sugar.
Na Matriz Skateshop a gente alem de colocar a lixa se necessário a gente troca a lixa. O plano para o futuro é o crescimento, passamos por muitas dificuldades quetrouxeram experiência, mas travaram nossa evolução, mas 2010 as coisas estão se estabilizando e vemos crescimento pela frente.
A equipe é Marcus Cida, Guilherme Zolin, Luan de Oliveira, Igor Morshak, Wagner Cabeça, Diego Chaveiro, Carlos Henrique “Iqui”.

SS- A MTZ sempre foi uma empresa inovadora, primeiro foram os vídeos que marcaram época e por ultimo o evento de aniversário totalmente diferente, comente sobre estes períodos distintos?
Na nossa visão a ultima frase é essa: “Inovando sempre”.
Foram vários eventos, vídeos e todos marcaram época, a idéia é fazer clássicos e não hits, o último evento foi bem legal, colou muita gente de fora, e no final de ano vamos fazer de novo esperamos mais skatistas ainda, aproveito para agradecer o suporte, porque eu sei que não é fácil sair da sua cidade por mais próxima que seja e se deslocar para o sul, mas espero que todos que vieram tenham curtido o evento.

SS- Você é um dos skatistas que se preocupa em condicionar o corpo para poder andar melhor de skate, o que você faz para manter a forma e evitar lesões?
Já fiz muita coisa, natação musculação, pilates, etc. Hoje estou retornando de uma lesão, então só estou fazendo fisioterapia, mas acredito que semana que em março já começo a fazer natação de novo e talvez pilates junto.
Faço exercício direto em casa também, a thera-band é minha companheira, antes de dormir sempre uso sempre para estar com os tornozelos fortes.

SS- As lesões são algo sempre preocupante, você já sofreu alguma lesão grave, e como foi este período lesionado?
Varias luxações, fraturas, torções, o maior tempo que fiquei lesionado foram 4 meses, por uma fratura no pé.
O que posso dizer é que se tiver disciplina muitas das lesões podem ser evitados, com um preparo antecipado, alongamento, etc.

SS- O que você acha do projeto Skate Saúde?
Acho importante que skatistas sejam profissionais em outras áreas, administração, marketing, fisioterapia, educação física ou qualquer área que seja, pois futuramente ou no caso agora, vocês fazendo esse trabalho, vamos ser tratados por quem entende e vive o que a gente vive.
E difícil ser tratado por um fisioterapeuta que não tem noção sobre o esporte, não imagina quanto impacto sofremos andando, o tipo de movimento que fazemos.
Sempre quando vou me tratar com algum fisioterapeuta por mais tempo levo imagens e mostro um pouco como é o skate para ele ter noção dos movimentos e do impacto, isso ajuda bastante.

SS- A amizade é uma das coisas mais importantes do skate, o Duotone mostrou bem este lado com partes conjuntas e um time de amigos no vídeo, como foi participar deste projeto e quais são seus principais amigos no skate?
O Duotone foi um projeto da hora, vídeo independente com partes de skatistas de street “pesados”. Quando o Granja me chamou para fazer a parte e vi quem participaria aceitei na hora.
Para citar nomes de amigos é difícil, muita gente, ontem eu andei com Wagner, Luan, Crazy, o Cida ta sempre junto também, o Gerdal, o Chupeta,o Finha quando tem as missões da NIKE, logo mais vou trombar o Rodrigo para fazer um role, é muita gente para citar. Agora o Luan acabou de ligar para andar na mini-ramp coberta do Filipinas, nosso amigo que tem uma skateshop, vamos para lá já que hoje ta chovendo.

SS- Você é o protagonista principal da promoção “Na seqüência” da Nike SB, quem idealizou esta iniciativa e como é julgar os vencedores?
Fui eu que idealizei, junto com o Granja, acho legal dar oportunidade para a molecada mostrar seu skate e ainda ganhar alguma coisa, o que eu não imaginava era que o nível seria tão alto, mas melhor que o nível técnico é ver gente do Brasil inteiro participando, de norte a sul, a até de Portugal mandaram vídeos, o que importa é participar e não o nível...
Julgar é sempre difícil ainda mais skate, não queria ter ficado com essa parte, mas já que sou eu que faço a seqüência eu julgo também, às vezes peço para o Gerdal dar uma força ou alguém que tá junto. Mas essa com certeza é a pior parte, gostaria que o ganhador as vezes fosse para o cara lá do Ceará que se esforçou para acertar a seqüência mais simples, mas dá para ver que foi suado, mais importante que a competição entre outro skatista é a competição com você mesmo. Vejo que alguns iniciam a seqüência com muita facilidade e outros já se esforçam para a primeira manobra independe do que for, acho que temos que estar fazendo ações para movimentar o skate da menor a maior, todas são importantes.

SS- Nos EUA a passagem para o profissionalismo acontece mediante a assinatura de um model de shape, recentemente você lançou um model pela Future, como foi lançar mais um model de shape na carreira e o que esta ultima peça representa para você?
É importante, sempre procurei estar com fazendo model de shape, já andei para varias marcas de shape, às vezes ate pequena, mas para estar com o model nas ruas.
A Future esta crescendo cada vez mais, recentemente entrou o Bruno Aguero, é importante para o mercado brasileiro ter marcas de shapes fortes, é o que estamos fazendo.

SS- O que você acha da campanha pela valorização do Pro Model no Brasil?
Acho importante a campanha, a gente tem que apoiar, mas mais importante ainda é que as lojas se conscientizem e as marcas também, em fazer um shape de mais qualidade e se possível com preço melhor.

SS- Por falar em model, você tem três modelos de tênis lançados pela Nike SB, como é lançar um produto pela principal empresa de material esportivo do mundo?
É uma troca de experiência grande, os três tênis foram bem trabalhados por isso o resultado final foi produtivo. Por ser a Nike, a visibilidade é grande, o ultimo tênis antes de eu ver ele pronto me mandaram um link de uma revista do Japão com fotos dele, isso é impressionante.

SS- Você já andou nos principais picos de skate do mundo, sonho de todo skatista, quais foram os melhores picos que você já visitou e o que diferenciam eles dos demais?
Cada um tem sua particularidade, uns tem que ter mais disposição para andar, outros são mais perfeitos. Acho que Espanha vale citar por ter muito mármore. Mas com vontade qualquer pico fica da hora.

SS- Conte-nos sobre a ultima viagem da Nike SB, a Escandinávia Tour, os fatos marcantes e também as roubadas que vocês passaram por lá?
Foi legal, o norte da Europa eu só tinha ido para Dinamarca para campeonatos, então foi legal conhecer as ruas, poder andar sem ter hora marcada e nem pressão de competição.
Roubadas não foram muitas, a pior foi o Fabio que se machucou, o atendimento de emergência e ortopedia de lá são piores que os dos países de terceiro mundo.

SS- O que você acha que ainda falta para melhorar o mercado de skate no Brasil?
Acho que estamos no caminho, o ser humano por natureza é ansioso, lógico que não podemos ser pacientes de mais, mas estamos em evolução constante, o skate hoje esta tento mais gente preparada para trabalhar, e vejo o futuro com bons olhos, não podemos nunca perder a identidade e raiz, e nunca esquecermos quem tem que ter a voz ativa é o Skatista.

SS- Quais os planos para o futuro?
Andar cada vez mais de skate, cuidar do meu corpo para isso ser possível, estudar e ler cada vez mais, e tocar os diversos projetos que tenho, todos eles com foco.

SS- O skate nos dá muitos benefícios diariamente em diferentes aspectos como físico, cultural, social entre outros, o que o skate te trouxe de melhor e o que você gostaria que todo o skatista aprendesse com o skate?
Acho que só o fato de andar, e a sensação de liberdade que o skate dá, o prazer de acertar uma manobra nova ou simplesmente fazer uma seção com os amigos já valem uma vida.

Agradecimentos:
Todos que de alguma forma pensam na evolução do skate e não somente no dinheiro, um por amor, dois por dinheiro.

www.skatesaude.blogspot.com

3 comentários:

custom skate Art disse...

1 por amor
2 pelo dinheiro

tamo junto, só guerreiro

Unknown disse...

eia gordo da hora a entrevista nada é em vão vc fez seu trabalho bem feito ao longo desses 19 anos e agora só esta colhendo hahaha abraço ai e vai fik cada vez melhor melhor vai da tudo certo abraço a todos ai .

Vinícius Novaes disse...

parabens einh gordo pela entrevista vc alem d ser um ótimo skatista é uma pessoa humilde !!
Deus Abençõe